Ponte de São Lázaro, Alfena

terça-feira, 26 de abril de 2011

O rei da tanga

Aqui, temos mais um aviso, para onde nos preparamos para conduzir novamente Portugal. Não faltam exemplos de como temos sido geridos, será que queremos mais do mesmo?


O primeiro-ministro demissionário já me deve? Vários electrodomésticos em casa. Este é o mesmo cavalheiro que baixou o IVA em 1%, prometeu um salário mínimo de 500 euros e a criação de 100 mil empregos.
Ver José Sócrates permitir-se acusar o PSD de ânsia de poder fez-me atirar o telecomando ao LCD. Aliás, o primeiro-ministro demissionário já me deve vários electrodomésticos em casa. Este é o mesmo indivíduo que, dois dias antes de anunciar a vinda do FMI, dizia a um jornalista, em horário nobre, que só a pergunta sobre um hipotético pedido de ajuda externa o ofendia. Este é o mesmo cavalheiro que baixou o IVA em 1%, prometeu um salário mínimo de 500 euros e a criação de pelo menos 100.000 empregos em ano de eleições. Este é o sujeito da licenciatura ao domingo, o tipo que abandona o Parlamento quando vão falar os outros, o homem que negoceia um PEC com o estrangeiro sem dar Cavaco, o amigo de Khadafi e Chávez e Vara, apanhado ao telefone em conversas manhosas sobre personalidades e órgãos de media inquietantes para as suas pretensões. Este é o mesmo protagonista de manchetes escabrosas, nunca inteiramente esclarecidas e aviadas sob o epíteto de campanha negra. Este é o tiranete que processa jornalistas, o homem que - ao lado do ministro das finanças que agora humilha - anunciou o fim da crise apenas semanas antes da recessão bater. Num tempo ou num local onde ainda vigorassem os serviços mínimos de um código de honra, Sócrates seria o exemplo daquilo que um verdadeiro homem jamais poderá ser. A estes, os de carácter, exige-se por exemplo a capacidade da vergonha. E a incapacidade de jurar que é da oposição a culpa de estarmos entregues ao FMI por terem recusado subscrever o PEC4 quando na verdade o país precisa de 80 mil milhões de euros (quantos zeros são?) - e esse já enésimo pacote de austeridade nem a uns míseros 5% desse valor chegaria.
Saber - após tudo isto, e foi um mero resumo - que este José continua a fazer parte da equação, que as sondagens nem sequer o tiram da corrida, que vai de uma forma ou doutra sentar-se à mesa e assim lá teremos, perdoe-se a expressão, de continuar a levar com ele. é mais ou menos como se um marido traísse a mulher com uma prostituta e a esposa, na tentativa de salvar o matrimónio, ainda tivesse de suportar - em plena consulta de terapia conjugal - com a presença da meretriz.
Dupla desgraça: o país de tanga, e o rei vai nu.


25 de Abril, 2011por Luís Filipe Borges

1 comentário:

  1. Aqui está um texto bem elaborado sobre a situação extremamente difícil em que nos encontramos por culpa de todos menos do Srº EngºSócrates. Ao que parece estes anos em que esteve a frente dos destinos do país governou a mando do Srº Passos Coelho, pelo que me é dado a perceber, pois está sempre a culpar o Homem. Um dia destes vamos além dos pastorinhos ter mais um santo canonizado...

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